EMPRESÁRIA QUE TEVE CILINDROS APREENDIDOS PELA POLÍCIA AFIRMA QUE A AÇÃO FOI INJUSTA
"Sujaram uma imagem que construímos em 20 anos, em minutos"
"Eu me sinto humilhada", disse a empresária Heliana Martins, 50, que sofreu ataques virtuais depois que 33 cilindros de oxigênio da empresa dela foram apreendidos pela polícia na noite de quinta feira ( 14 ). A mulher afirmou que a alegação de que a empresa estava retendo os itens com fins de especular em cima dos produtos é falsa.
A empresa Fênix Comércio trabalha no ramo de fornecimento de gás industrial e medicinal há pelo menos 20 anos. De acordo com Helena, o fluxo de compras de gases para fins medicinais aumentou devido à pandemia. Na noite de quinta feira, a rua onde a empresa é localizada, no bairro Alvorada, Zona Centro-Oeste da capital, ficou interditada devido à movimentação de pessoas que queriam comprar oxigênio do estabelecimento.
"Toda vez que um caminhão chegava da fábrica, todo mundo vinha para cima. Nós entendemos, mas ficávamos sem saber o que fazer. Decidimos colocar nosso caminhão na rua debaixo, porque havia muita gente aqui e quase não dava para trafegar na via. Nosso veículo é muito grande", disse a empresária.
Na ocasião, policiais da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas ( SSP -AM ) foram até o local, após a denúncia de que um homem estava retendo cilindros de oxigênio com o objetivo de gerar especulação. Os cilindros apreendidos no caminhão foram levados a unidades hospitalares de Manaus.
"Colocamos nosso caminhão em uma via aberta, à vista de todos. Estávamos tirando os cilindros de lá e trazendo à sede da empresa, para evitar aglomerações". afirmou Helena.
Ainda conforme a empresária, um transeunte filmou e fez fotos do caminhão e realizou a denúncia, com a suspeita de que a empresa estava restringindo o acesso da população aos cilindros.
"Detiveram meu cunhado e esposo. Sujaram uma imagem que construímos em vinte anos, em minutos", disse Helena.
Depois de esvaziar o veículo, a polícia devolveu o caminhão aos donos da empresa, junto de um documento com registro relacionado à ação.
Heliana disse que acionou um advogado: "Não me preocupo com ressarcimento pelos cilindros. Quero apenas que parem de sujar nossa imagem. Não aguento mais", disse.
A equipe de reportagem contatou a SSP-AM, que se pronunciou explicando que a ação foi feita dentro da lei.
"A ação policial foi realizada a partir de uma denúncia, e o material foi encaminhado para a Polícia, onde o procedimento foi lavrado após o depoimento de um responsável pela empresa. A ação ocorreu dentro da legislação", informou a nota.
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